quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Viva o nordeste!

Nordestino, povo que tem muito mais que todos os sobrenomes italianos de araque da Zona Sul do Rio, de Sampa, Minas, Espírito Santo, ou Rio grande do Sul.

Me enoja saber que no Brasil, o preconceito sujo e velado vende imagem carnavalesca de alegria e fraternidade pra si mesmo e lá fora. Não compactuo com essa fantasia e não vou compactuar. Falar que não existe mais direita , nem esquerda, tudo bem. Mas, viralizar na internet que a eleição da primeira mulher do Brasil é culpa do nordeste que não gosta de trabalhar. É Xenofobia.

Com muito orgulho eles, eu e muita gente da Zona Sul, Norte, Leste e Oeste elegemos a primeira mulher presidente. Somos nós, das outras classes, C, D e E que construímos as casas dos que têm sobrenomes impronunciáveis e pelo visto estudaram pouco. Não sabem e nem querem conhecer o que é política social.São os Da Silva que precisam do Minha Casa, Minha Vida que carregam até hoje os descendentes daqueles que foram expulsos de suas terras.

Se o Nordeste foi quem decidiu o futuro do Brasil, que assim seja feita a vontade do povo mais genuíno e trabalhador do país.

E a você, "preto de alma branca", ou "branco babaca mesmo", mais respeito e educação
que nós, Joãos, vamos passar!


“XENOFOBIA
Os derrotados nas urnas no dia 31 nem esperaram a poeira baixar e já começaram a destilar o seu ódio contra os nordestinos por considerá-los os responsáveis pela vitória de Dilma. No twitter várias mensagem xenofóbicas foram postadas, algumas inclusive, pedindo a morte dos nordestinos, que coitados, como já não bastasse a seca e as demais dificuldades que enfrentam para sobreviver ainda têm que rezar contra as pragas de alguns descendentes de imigrantes que chegaram ao País, puxando a cachorrinha e hoje estão muito bem obrigados.

XENOFOBIA II
A maioria desse pessoal de sobrenome impronunciável chegou ao País fugindo de guerras, fome e perseguições políticas. Todos foram bem acolhidos pelos brasileiros que já moravam aqui. Trabalharam, se deram bem e o agradecimento que hoje dão é pedir a morte de quem lhe deu a mão e o acolheu.”

(Jornal Meio Norte. Teresina-PI, quarta-feira, 3 de novembro de 2010. Coluna:Minuta – Responsável: Luiz Brandão)