sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bazófia


Desculpa se te chamei de "frenesi ermo"...Sério!

É que às vezes a pupila se adianta

Masca o freio.


E vai ser difícil pra mim

Quando você me olhar com olhos de

"E você sempre tão cética quando eu vou às estrelas"


Você busca a protagonista do seu filme

Mas, eu sou a voz em over


Nada de ponto final, só vou virar de costas.

Você sai um pouco do quarto, depois volta? Mesmo?


Meus cachos secos e cansados sabem:

Vou ser eternamente condenada ao reino dos amores perdidos

E vou te amar pra sempre por isso


Você vai virar o déjà-vu que nunca acontece...


Você precisa saber:

Eu como mal, tenho medo do tráfego

E sinto saudade de casa na hora do almoço


Eu falo muito.Muito mesmo.Muita opinião

Agora eu vejo: muito ruído, pouco latim

Me sinto transgênica

Tenho que provar o tempo todo que sou coisa


Durmo demais.Apareço demais

Derramo vinho na roupa


Esbanjo.

Esqueço.

Vontade de existir só em silêncio

Íntima de mim

Eu bebi a gente ontem e acordei com ressaca


Te perdi no buraco negro do cotidiano?

Nosso feijão com arroz se abalou?

Não sou capaz de juntar as roupas íntimas e imundas?


Tenho medo de nunca sair de mim


Vendo o "deadline"do meu ânimo me assustei:

Você ainda é o axioma do meu dia

Então, me dança até o fim do romance.


Vou me dessentir de tudo pra entrar em você

Queria ser mãe de mim e evitar os erros

3 comentários:

Raquel Galvão disse...

Muito bacana o texto, Lua. Muito bom te ter por aqui, na nossa primavera.
Beijos

Maria disse...

Passei do ser atônito e passeei nas estrelas... Gostei da confusão que se instalou na minha cabeça e do significado que flui daí. Bravo. Belo texto!

Anônimo disse...

"Dance me to the end of love"...

Terminei seu texto cantarolando essa música do Leonard Cohen, catada pele Madeleine Peyroux.

a listinha do "você precisa saber" conquista qualquer perdão!

muito bom!