Era só um pedaço de carne
Que queria ser gente
De manias exóticas
Falava de si mesma na 3ª pessoa
Pensava-se como um personagem, ou era abstenção?
Num universo curvo
Tinha o quadrado de ser alguém
Se arrumava, passava perfume
Enfeitava-se de fitas
E se punha pra presente
Nadando o seco, se plantando nas rachaduras
Guiando-se por Planos, eis um destino
Trapaceada pelo verbo Ser
Legitimaram que suas ideias eram perigosas
Mas, no vácuo não conseguia viver,
Não respirava
O imaginado ficou com cara de imaginário
São os atrasos do tempo, ou imaginando demais envelheceu?
A boca seca, o coração inchado
Os anseios de um nordeste inteiro
Vivendo de aresta
Ficou plantada ali
Na dúvida se gomo, ou, se semente
Se transmutou em vida
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Regozijo
A senhora bonita de 50 e tantos anos acordou numa manhã fria e quis ter direito ao amor.
-Viver assim sozinha, lhe dava certeza de não estar bem..Desejava uma vida que se preocupasse com a sua.
Arrumou o cabelo defronte ao espelho, alisou a pele áspera morena e romanceou com o jovem de 23 que a cortejava há três dias.
Tentou uma. Tentou duas. Até que gozou.
Regozijo pra alma. Regurgitou o cansaço da vida sem graça de tomar remédio.
Esperar os anos e acreditar no grande amor virou um tédio.
Só quando teve com ele a terceira vez, o rapaz amoroso explicou que o lance dele era oferecer seus serviços.
-Como se ela soubesse que aquele amor era promíscuo - sexo pago e com compromisso.
Cabelos ao vento, sorrio.Não obrigada. (Desencanando o encanto).
Beijo na testa pra esquecer. Deu tchau pro pau que atravessou a porta de saída. Feliz pelo reencontro com o orgamo.
-No íntimo, a verdade envelhecia.
Por um instante pensou no julgamento da filha, amadurecida demais aos 20 e já velha antes de completar 30.
Viu no espelho o passado de uma ser o futuro da outra.
Hereditário demais pra ser destino e solitário demais pra ser secular.
Não havia mais tempo de engano. Não lhe interessava mais qualquer coisa que a vida tinha pra lhe dar.
O desejo e a cólera interna era de ter um amor amante.
Que durasse bem mais que o tempo de um revotril..
-Viver assim sozinha, lhe dava certeza de não estar bem..Desejava uma vida que se preocupasse com a sua.
Arrumou o cabelo defronte ao espelho, alisou a pele áspera morena e romanceou com o jovem de 23 que a cortejava há três dias.
Tentou uma. Tentou duas. Até que gozou.
Regozijo pra alma. Regurgitou o cansaço da vida sem graça de tomar remédio.
Esperar os anos e acreditar no grande amor virou um tédio.
Só quando teve com ele a terceira vez, o rapaz amoroso explicou que o lance dele era oferecer seus serviços.
-Como se ela soubesse que aquele amor era promíscuo - sexo pago e com compromisso.
Cabelos ao vento, sorrio.Não obrigada. (Desencanando o encanto).
Beijo na testa pra esquecer. Deu tchau pro pau que atravessou a porta de saída. Feliz pelo reencontro com o orgamo.
-No íntimo, a verdade envelhecia.
Por um instante pensou no julgamento da filha, amadurecida demais aos 20 e já velha antes de completar 30.
Viu no espelho o passado de uma ser o futuro da outra.
Hereditário demais pra ser destino e solitário demais pra ser secular.
Não havia mais tempo de engano. Não lhe interessava mais qualquer coisa que a vida tinha pra lhe dar.
O desejo e a cólera interna era de ter um amor amante.
Que durasse bem mais que o tempo de um revotril..
os mil olhos do cego
“Corre solta suassuna noite
Tocaia de animal que acompanha sua presa
Escravo da sua beleza
Daqui a pouco o dia vai querer raiar”
Suassuna Noite – Pedro Luís
Expressa:
o que é, o que te basta?
Silencia o entardecer.
Enquanto o soul, soul,
corroída por mil olhos (nitroglicerina pura).
Canto poliglota,
de todas as palavras que um dia eu quis escrever,
e da semelhança que você aplica de forma totalmente voluntária,
trocando de personagem como quem troca de roupa.
De cá, brota o quadro do Déjà vu (frames por segundo),
que, sem lamúria,
chama o cheiro,
o sorriso,
multiplicando sentenças e silêncios.
Tudo que vem
e que se transforma surrealmente no que ouso chamar de realidade.
Transcendental:
Let me be!
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