Era só um pedaço de carne
Que queria ser gente
De manias exóticas
Falava de si mesma na 3ª pessoa
Pensava-se como um personagem, ou era abstenção?
Num universo curvo
Tinha o quadrado de ser alguém
Se arrumava, passava perfume
Enfeitava-se de fitas
E se punha pra presente
Nadando o seco, se plantando nas rachaduras
Guiando-se por Planos, eis um destino
Trapaceada pelo verbo Ser
Legitimaram que suas ideias eram perigosas
Mas, no vácuo não conseguia viver,
Não respirava
O imaginado ficou com cara de imaginário
São os atrasos do tempo, ou imaginando demais envelheceu?
A boca seca, o coração inchado
Os anseios de um nordeste inteiro
Vivendo de aresta
Ficou plantada ali
Na dúvida se gomo, ou, se semente
Se transmutou em vida
Um comentário:
Simples e bonito. Como todo poema deve - ou pode - ser...
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