A senhora bonita de 50 e tantos anos acordou numa manhã fria e quis ter direito ao amor.
-Viver assim sozinha, lhe dava certeza de não estar bem..Desejava uma vida que se preocupasse com a sua.
Arrumou o cabelo defronte ao espelho, alisou a pele áspera morena e romanceou com o jovem de 23 que a cortejava há três dias.
Tentou uma. Tentou duas. Até que gozou.
Regozijo pra alma. Regurgitou o cansaço da vida sem graça de tomar remédio.
Esperar os anos e acreditar no grande amor virou um tédio.
Só quando teve com ele a terceira vez, o rapaz amoroso explicou que o lance dele era oferecer seus serviços.
-Como se ela soubesse que aquele amor era promíscuo - sexo pago e com compromisso.
Cabelos ao vento, sorrio.Não obrigada. (Desencanando o encanto).
Beijo na testa pra esquecer. Deu tchau pro pau que atravessou a porta de saída. Feliz pelo reencontro com o orgamo.
-No íntimo, a verdade envelhecia.
Por um instante pensou no julgamento da filha, amadurecida demais aos 20 e já velha antes de completar 30.
Viu no espelho o passado de uma ser o futuro da outra.
Hereditário demais pra ser destino e solitário demais pra ser secular.
Não havia mais tempo de engano. Não lhe interessava mais qualquer coisa que a vida tinha pra lhe dar.
O desejo e a cólera interna era de ter um amor amante.
Que durasse bem mais que o tempo de um revotril..
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