Qual seria a outra primavera?
Existiria?
Qual estação a definiria?
Teria flores?
Não quero outra primavera, quero a de agora.
Seguro a flor, com espinho e tudo,
e mesmo que sangre, mesmo que a ponta entre em minha carne,
continuarei apertando.
Não quero mais sentir calor no inverno ou frio no verão.
Ser hipnotizado ou deixado de escanteio:
não mais.
Entre fábulas, liras, poesia e amores,
vou olhar, não com os olhos.
Terei o poder de sentir a sua essência na escuridão.
O que se passa nessa estação, flor, ainda não tem explicação.
Não é nada pegajoso, nem é amor banalizado.
É musica e sensibilidade:
“Meu amor, eu não esqueço,
Não se esqueça por favor
Que eu voltarei depressa
Tão logo a noite acabe
Tão logo esse tempo passe
Para beijar você” (Para um amor no Recife – Paulinho da Viola)
2 comentários:
Raquel é como um sentimento intenso que nos envolve e vem sem nome e explicação.
Ela é o avatar disso, em contingência.
Raquel é o porvir.
Inevitável.
Prefiro o inverno.
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